quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
SINTOMAS DE POBREZA.
“A pobreza é um calvário
Um sofrimento de vida
É uma sina sofrida
Quem ganha baixo salário
O burguês é salafrário
Acumulando tutu
E liso feito “mussu”
Pobre toma no papeiro
Se merda fosse dinheiro
Pobre nascia sem cu”
Allan Sales
I
Juntar muitas moedinhas
Finda grana segue o mês
Diversão é pouca vez
As coisas só baratinhas
Sempre filar das vizinhas
Contar as coisas na mesa
Não deixar a luz acesa
Só cozinhar na pressão
Com certeza com razão
São sintomas de pobreza
II
Sem grana pra viajar
Sem ter plano de saúde
Esperar que algo mude
Ter sempre que se virar
Nada sobra pra poupar
O bolso só na dureza
Vai preso não tem defesa
Pois doutor cobra cifrão
Com certeza com razão
São sintomas de pobreza
III
Jogar no bicho sonhando
Comer cuscuz todo dia
Reclamar da carestia
Viver economizando
Devendo mas reclamando
Só enxugando despesa
Sabão de coco a limpeza
Botar água no feijão
Com certeza com razão
São sintomas de pobreza
IV
Vai à praia com a patota
Se lambuzar na areia
Bebe bagunça e aperreia
Come coxinha e arrota
Vai pro “todos com a nota”
Pra torcer maloqueireza
Com curriola coesa
Pra depois quebra busão
Com certeza com razão
São sintomas de pobreza
V
Aparece em Cardinot
Pra reclamar dessa vida
Morre de bala perdida
Nunca comeu escargot
De caviar não provou
Vê enchente e correnteza
Se a vida ficou ilesa
Perde tudo até o bujão
Com certeza com razão
São sintomas de pobreza
VI
Vai a pé com bicicleta
Pra fazer economia
Lá no SUS tem agonia
Ele encara e se arreta
A feijoada incompleta
Sem paio sem calabresa
Macarrão sem bolonhesa
Farinha e sal seu pirão
Com certeza com razão
São sintomas de pobreza
VII
Vai cozinhar na “cunzinha”
E vai morar no “Imbura”
Tem medo de viatura
Dessa puliça escrotinha
Mundiça plebe gentinha
Diz madame com baixeza
Que do alto da riqueza
Esculacha o pobretão
Com certeza com razão
São sintomas de pobreza
VIII
Vai então beber cachaça
Na bodega da esquina
E quando a grana termina
Faz fiado uma desgraça
Para pagar ele embaça
Pois duro não tem moleza
A filha Pâmella Andrezza
Vende voto em eleição
Com certeza com razão
São sintomas de pobreza
IX
Seu sapato está furado
Ele anda de chinelo
O seu sorriso banguelo
Caderneta de fiado
Fudido liso e lascado
Reza pra Santa Tereza
Faz despacho com firmeza
Pro orixá da devoção
Com certeza com razão
São sintomas de pobreza
X
Se merda fosse dinheiro
Pobre nascia sem cu
Comedor de sururu
Na praia é um farofeiro
O seu salário fuleiro
Sardinha acha uma beleza
Fala toda a redondeza
Se é corno um cidadão
Com certeza com razão
São sintomas de pobreza
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