sábado, 16 de fevereiro de 2008

Mote encontrado no ORKUT



I
Acordei pra poesia
Certo dia por acaso
No Pajeú foi o caso
No meio da cantoria
Pajeú me contagia
Lá criei o meu primado
Patriota tão prezado
Régua e compasso me deu
Em cada cabelo meu
Tem um verso pendurado
II
No Recife litorâneo
Inventando de inventar
Foi perene o caminhar
Do meu verso sucedâneo
Seu Xico meu conterrâneo
Deu um apoio danado
Radialista engajado
Um espaço me concedeu
Em cada cabelo meu
Tem um verso pendurado
III
Recife dos camaradas
Os poetas marginais
As vozes mais viscerais
Companheiros de estrada
Em cada palavra atada
De transmutar de estado
Com o verso embriagado
Destronar vil fariseu
Em cada cabelo meu
Tem um verso pendurado
IV
Cada fio de cabelo
Cada átomo de mim
Em poema vibra assim
Com confiança e desvelo
Pois poeta quero sê-lo
Até ficar bem rodado
Bem velhinho e calejado
No verso que aconteceu
Em cada cabelo meu
Tem um verso pendurado
V
Cada célula vibrando
Tudo em mesma sintonia
Poesia verso cria
Assim sigo me fartando
De poemas vez em quando
Quando meu ser vem ligado
No meu mundo vou plugado
Tudo de bom floresceu
Em cada cabelo meu
Tem um verso pendurado
VI
Cada dia desses ser
Festeja ao versejar
Não importando lugar
Sempre vai acontecer
Novo verso vai nascer
Aí vem mais um bocado
O poema é transformado
Nova semente cresceu
Em cada cabelo meu
Tem um verso pendurado
VII
E assim vou colocando
Essa minha glosa em dia
Vez por outra em cantoria
Vejo meu verso embalando
Eu aqui assim chegando
Um tanto quanto ligado
Todo meu ser é tomado
Baixou um santo e ferveu
Em cada cabelo meu
Tem um verso pendurado
VIII
Vou agora aqui saudar
Todos demais cabrunquentos
Meu colegas anos inventos
Nas artes do versejar
Cabrunquentos vou falar
O meu verso está tocado
Por sentimento elevado
Que minha alma encheu
Em cada cabelo meu
Tem um verso pendurado
IX
Beber na fonte mais pura
De onde brota tal beleza
Exercitar com destreza
Assim o verso se apura
Fazer da forma madura
Rimado metrificado
Correndo do pé quebrado
Que verso já corroeu
Em cada cabelo meu
Tem um verso pendurado
X
Buscar na inspiração
Destas artes de poeta
Buscar em si o esteta
Buscar a forma então
Poema clara a visão
Ser na hora iluminado
No poema assim plasmado
O limite assim rompeu
Em cada cabelo meu
Tem um verso pendurado
XI
Lembrei-me da bem amada
A doce musa querida
É um farol nessa vida
No poema é festejada
A mulher que desejada
Deixa a gente abestalhado
Quero um romance arrochado
Qual Julieta e Romeu
Em cada cabelo meu
Tem um verso pendurado

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