segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Mote de Cícero Moraes



I
Que o tempo me leve sempre atento
Pra seguir conseguir ser bom poeta
Que alguém seja o par na minha meta
Contamine no seu meu sentimento
Eu desejo viver sem ter lamento
Versejar e deixar coisas futuras
No meu verso conter belas figuras
Versejando falar do mundo imenso
Deus conserve pra sempre o meu bom senso
Recheado a pitadas de loucuras
II
Mas poeta que assim muito deseja
Ver a luz da perene inspiração
Numa luta das forças da razão
O bom verso fazer tudo que almeja
No cordel de estrada benfazeja
Que faz parte buscar suas procuras
Ilumina essa fé noites escuras
Sendo assim todo modo que eu penso
Deus conserve pra sempre o meu bom senso
Recheado a pitadas de loucuras
III
Meus lauréis versejar são modos puros
O viver o sofrer não me deprimem
Os poemas virão e me imprimem
Os legados presentes pros futuros
Ver os homens conter os gestos duros
Procurar depurar e ter lisuras
As pessoas venais são obscuras
Assim vejo seguir o verso intenso
Deus conserve pra sempre o meu bom senso
Recheado a pitadas de loucuras
IV
Einstein foi tachado de pirado
Nosso Santos Dumont o foi também
Rotular para os tolos lhes convém
Pois poltrões tem um parco predicado
Nada importa ficar só e deserdado
Enfrentar superar tantas agruras
Encontrar promover iluminuras
Despedir da mentira com seu lenço
Deus conserve pra sempre o meu bom senso
Recheado a pitadas de loucuras
V
O que faço melhor na minha vida
Pra manter meu maior dom de virtude
O prazer por demais lesa a saúde
Mesmo assim vou cair na desmedida
O prazer desta forma concebida
Sem ter medo seguir sem imposturas
E cuidar de espantar tristes fraturas
Ser mais leve viver menos bem denso
Deus conserve pra sempre o meu bom senso
Recheado a pitadas de loucuras
VI
Mas viver tem perigo de ser triste
Conviver superar toda descrença
Ser melhor cada dia nos compensa
Que tristeza de mim pra longe diste
Não me venha podar com dedo em riste
Os censores cruéis das ditaduras
Não me ponham tais ferros e ataduras
Pois assim ao lutar mais me condenso
Deus conserve pra sempre o meu bom senso
Recheado a pitadas de loucuras
VII
Deus me livre perder toda energia
E tornar-me num velho chato e brocha
Quero ter a dureza duma rocha
E fazer a mulher ter alegria
Furunfar dia e noite noite e dia
E tomar sem cair doses das puras
E manter minha rola nas alturas
Se não der meu sofrer será imenso
Deus conserve pra sempre o meu bom senso
Recheado a pitadas de loucura
VIII
Se não der vou tomar um comprimido
Azulzinho é demais resolve o caso
Vai tirar o vovô do seu atraso
Ter assim meu problema resolvido
É tão caro tomar vou decidido
Vou tomar remedinhos sem frescuras
Pois tesão não cuidando das procuras
Ter pau mole é ruim sim é consenso
Deus conserve pra sempre o meu bom senso
Recheado a pitadas de loucuras

IX
Vi Dom Pedro dançar coco de roda
Com a filha de Pedro Malazarte
Depois disso foi expor quadro de arte
Bebeu rum com cachaça vinho e soda
Disse puta do caralho tu é foda
Quem mandou rabiscar minhas pinturas
Não vendi me fudi ainda me juras
Que teu pai não pagou seca Lourenço
Deus conserve pra sempre o meu bom senso
Recheado a pitadas de loucuras
X
Zé Limeira chegou baixou em mim
Disse tudo eu segui sem ter contenda
Padim Ciço bebeu foi numa venda
Com a nêga do pelo pixaim
São Tomé foi caçar um guaxinim
Foi no IBAMA pegou penas bem duras
Deportaram Tomé lá pras Honduras
Virou monge morreu vendendo incenso
Deus conserve pra sempre o meu bom senso
Recheado a pitadas de loucuras.

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