quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008



I
Vejo nas periferias
As histórias mais mundanas
As querelas suburbanas
Ruelas estreitas vias
Exclusões são tiranias
Que depõem contra vida
A massa não assistida
Menores torta viagem
O jovem na bandidagem
E a jovem prostituída
II
Com trabuco na cintura
Assaltando nos sinais
Populações marginais
Levando vida insegura
Realidade obscura
A mocidade tangida
Sem escola e excluída
Faz seu rito de passagem
O jovem na bandidagem
E a jovem prostituída
III
Garota roda bolsinha
Com os gringos na orgia
Rolando a pedofilia
A desgraça mais daninha
Realidade mesquinha
E que não foi escolhida
Pelo destino impingida
É assim sem maquiagem
O jovem na bandidagem
E a jovem prostituída
IV
Param nas delegacias
Vão pras instituições
Maus tratos humilhações
Medidas sem serventias
Garotas as novas crias
Fazem ponto na avenida
É uma estrada sofrida
É tão cruel essa imagem
O jovem na bandidagem
E a jovem prostituída
V
Famílias esfaceladas
Na miséria circundante
Um quadro tão suplicante
Crianças abandonadas
Que pelo mundo largadas
População esquecida
Mas se tornando temida
Por violenta voragem
O jovem na bandidagem
E a jovem prostituída
VI
A garota faz programa
O garoto é assaltante
Fica brabo tem rompante
Seu ódio se esparrama
A garota lá na cama
Por nojento é possuída
Ferrada e submetida
Topa qualquer sacanagem
O jovem na bandidagem
E a jovem prostituída
VII
As drogas estão no meio
Armados de “três oitão”
E na prostituição
Vai a moça sem receio
A mamãe com aperreio
É impotente e vencida
Suplica sem ser ouvida
Sua maternal mensagem
O jovem na bandidagem
E a jovem prostituída
VIII
Degradação social
Mazelas da exclusão
Estado tem omissão
Na desolação geral
Juventude marginal
Violenta empedernida
Insolente e atrevida
Na maior libertinagem
O jovem na bandidagem
E a jovem prostituída
IX
Programas que mostram mortes
Sangue novo na TV
A juventude a morrer
Tantas vidas tendo cortes
Sem escolas sem esportes
A esperança é perdida
A luz no túnel sumida
Com violência reagem
O jovem na bandidagem
E a jovem prostituída
X
As desvalidas favelas
Na fome na mortandade
Toda incivilidade
Todas sociais mazelas
Subnutridas magrelas
As crianças sem guarida
A menor fica parida
Seu filho não terá pajem
O jovem na bandidagem
E a jovem prostituída
XI
O Brasil terceiro mundo
Herança tão atual
Tudo fora do normal
Violência e submundo
Deste abismo profundo
É difícil ter saída
Sem ter ponto de partida
Pra romper tal carceragem
O jovem na bandidagem
E a jovem prostituída
XII
E assim eu só narrei
O que vejo na bocada
Vejo tal rapaziada
Os jovens fora da lei
E assim eu versejei
Vi juventude ferida
A sua fúria incontida
Raio de alta voltagem
O jovem na bandidagem
E a jovem prostituída

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