sexta-feira, 30 de abril de 2010

Estrofe para Maria Bethânia




Fantasias que tu tens
São frenéticas reais
Os teus sonhos de volúpia
Teus hormônios viscerais
São a força em natureza
Do tesão a correnteza
Dos instintos animais

ALLAN SALES

mote de Giuseppe Mascena



I
Onde andei foram rumos mais incertos
Mas vivi pra trazer boa lembrança
Encontrei o meu par e fiz a dança
Mas depois encarei muitos desertos
Pesadelos e sonhos mais despertos
Eu vivi e me pus sempre a sonhar
Pois viver é querer recomeçar
A lição que na vida eu guardei
No caminho das pedras que trilhei
Não existem mais rastros pra voltar
II
Pra seguir suplantar todo tormento
Precisei conhecer meu ser a fundo
Pra depois mergulhar bem mais profundo
Clarear para ver meu pensamento
O destino me fez seu instrumento
Pra saber conhecer e transformar
De outro modo fazer sem ver findar
O sonhar que aqui eu imaginei
No caminho das pedras que trilhei
Não existem mais rastros pra voltar
III
Aprender como faz toda harmonia
Sem voltar cometer mesmos enganos
Pois eu vi naufragar aí uns planos
Que plasmei ao criar tal fantasia
Mas sobrou para mim na poesia
Ser feliz por motivos pra falar
Ver a vida na frente e versejar
E pensar no que mais eu saberei
No caminho das pedras que trilhei
Não existem mais rastros pra voltar
IV
Pra crescer é preciso toda vez
Conhecer o penar de um sofrimento
E depois superar triste momento
E de novo nosso mundo se refez
Prosseguir com coragem e altivez
O seu mundo de nova um clarear
Aprender compreender e transformar
Pois mudar neste mundo é nossa lei
No caminho das pedras que trilhei
Não existem mais rastros pra voltar
V
Prosseguir pra aprender em cada dia
Conseguir transformar todo presente
Pois passado se foi e tão somente
E deixou todos nós na mesma via
Pra seguir numa estrada que alumia
Mas pra sempre de tudo bom lembrar
O passado deixou para ensinar
E de tudo de bom sempre lembrei
No caminho das pedras que trilhei
Não existem mais rastros pra voltar
VI
Os desertos corri sem ver futuros
Mas nasci novamente e fui em frente
Pois sentir pra viver e tão somente
E correr de sofrer nestes escuros
Os caminhos de nós às vezes duros
São lições que nós temos que encarar
Pra volver neste novo caminhar
Prosseguir nesta rota retomei
No caminho das pedras que trilhei
Não existem mais rastros pra voltar
VI
Os desertos corri sem ver futuros
Mas nasci novamente e fui em frente
Pois sentir pra viver e tão somente
E correr de sofrer nestes escuros
Os caminhos de nós às vezes duros
São lições que nós temos que encarar
Pra volver neste novo caminhar
Prosseguir nesta rota retomei
No caminho das pedras que trilhei
Não existem mais rastros pra voltar
VII
Se vivi sem querer os desenganos
É porque eu bem quis felicidade
Mas perdi meu caminho é bem verdade
Mas mudei prossegui mudei os planos
Velejar por aí a plenos panos
Pra sentir como faz me renovar
Aprendi como os prantos enxugar
Renovar renascer isso eu bem sei
No caminho das pedras que trilhei
Não existem mais rastros pra voltar
VIII
Novo mote glosar pra ter na vida
Esperança de ter novos caminhos
Desfrutar novos braços seus carinhos
É vontade que tem bem desmedida
Só lembrar do que foi na era sofrida
Não nos vai construir nem melhorar
O melhor que nós temos pra tentar
No futuro na certa bem verei
No caminho das pedras que trilhei
Não existem mais rastros pra voltar
IX
Um volver repensar todo passado
Bem melhor vislumbrar sempre a mudança
Pra viver num bailar de nova dança
É querer ter o mundo transmudado
O que foi não vem mais para o tablado
Nos tocar nos dizer como encetar
Nova meta de vida planejar
É a coisa completa que farei
No caminho das pedras que trilhei
Não existem mais rastros pra voltar
X
Emoções que Roberto que nos falou
Que sonhei que vivi são importantes
Outras mais bem reais novos instantes
Que virão que serão nisso que vou
Agradeço Mascena que ,mandou
O seu mote bonito pra eu glosar
No cordel por meu povo assim olhar
Tudo aquilo de bom que versejei
No caminho das pedras que trilhei
Não existem mais rastros pra voltar

domingo, 25 de abril de 2010

Já dizia o bom poeta/Beleza é fundamental




A beleza é um atrativo
Como dom da natureza
Atributos da beleza
Faz o mundo ser mais vivo
A beleza é lenitivo
Faz um sonho ser real
Toda forma natural
Emoção pura e dileta
Já dizia o bom poeta
Beleza é fundamental

Os contornos sinuosos
De um corpo de mulher
Toda graça que tiver
Que nos faz ser sequiosos
Os semblantes tão formosos
Todo belo é divinal
Como arroubo visceral
Do desejo que acarreta
Já dizia o bom poeta
Beleza é fundamental

Pois Vinícius de Moraes
Que falou no seu poema
Ter o belo como lema
Os encantos naturais
A mulher que tem a mais
Com seu ciclo como tal
Sua curva hormonal
Que no tempo se completa
Já dizia o bom poeta
Beleza é fundamental

Este ser de dom divino
Nos atrai e nos seduz
O seu toque e sua luz
Seu feitiço feminino
Faz mudar nosso destino
Seu maneio sensual
Despertando o animal
Que na alma nos afeta
Já dizia o bom poeta
Beleza é fundamental

O molejo dos quadris
Toda curva insinuante
Sua voz que nesse instante
Faz de nós seres viris
Pois seus modos feminis
A flagrância corporal
É uma força visceral
Qual cupido lança a seta
Já dizia o bom poeta
Beleza é fundamental

A mulher tão desejada
Que nos faz pensar distante
No arfar de um peito amante
Pelo sim da bem amada
A distância de uma estrada
Não impede e afinal
Um querer descomunal
Faz vencer a curva e a reta
Já dizia o bom poeta
Beleza é fundamental

A beleza nos comove
Vira fonte de um desejo
Que desperta num lampejo
Tudo em nós assim se move
Alma que se locomove
A querer feliz final
Todo painel mental
O desejo assim se enceta
Já dizia o bom poeta
Beleza é fundamental

A beleza de uma musa
Faz soar verso dolente
Desejar de alma contente
Um desejo todo acusa
Todo verso que se usa
Pode assim virar banal
Se é miragem e irreal
Como anelo de um pateta
Já dizia o bom poeta
Beleza é fundamental

Loura negra ou morena
Ruiva japa ou mulata
A beleza que arrebata
Faz mudar a luz da cena
A beleza se faz plena
Como grito gutural
Arrebata no geral
E o juízo nos deleta
Já dizia o bom poeta
Beleza é fundamental

Verseja falar do belo
Toda graça feminina
Pois Vinícius determina
Um anseio deste anelo
Como o sol brilha amarelo
No fulgor mais matinal
A beleza assim fulcral
Para um verso ser a meta
Já dizia o bom poeta
Beleza é fundamental