segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

ESTROFES DE UM HEREGE EXCOMUNGADO.



A ICAR desde o começo
Viveu junto da caserna
Sempre perto do poder
Tal pendor que sempre externa
Esse seu santo tão forte
Sendo então sócia da morte
Vendilhã a vida eterna

Se Jesus de Nazaré
Foi um pregador da paz
Vaticano tão assaz
Com os nobres levou fé
E cruzada fez até
A antiga e a moderna
O passado se encaderna
Com massacre de tal porte
Sendo então sócia da morte
Vendilhã a vida eterna

E até bispo abençoou
Os canhões dos tais nazistas
Pra matar os comunistas
Muito se documentou
Se escravos já comprou
No inferno tem a perna
Satanás não se consterna
Pois pratica o mesmo esporte
Sendo então sócia da morte
Vendilhã a vida eterna

Acoitar pedofilia
Pecadilho das batinas
Tanta fé de almas suínas
Por detrás da sacristia
Sem falar da sodomia
Onde a moral aderna
Celibato não hiberna
A libido por consorte
Sendo então sócia da morte
Vendilhã a vida eterna

E assim mansos fiéis
Defendendo santidades
E nas vãs leviandades
Que exercem tais papéis
Mandam como coronéis
Abafar mazela interna
Fazer boa imagem externa
Que tem sido torta sorte
A ICAR sócia da morte
Vendilhã da vida eterna

Carismáticos histéricos
Opus Dei TFP
Onde tem um Fê dê pê
De falares bem coléricos
Pau no cu dos periféricos
A tragédia hodierna
Como escuro de caverna
Censurar verdade um corte
A ICAR sócia da morte
Vendilhã da vida eterna



ALLAN SALES

Vai-te embora do Pasárgada

( Poema psicografado por Allan Kardec do Nascimento Sales, pelo espírito zombeteiro de Gregório de Mattos)



Vai-te embora do Pasárgada
Ó tu amigo do rei
Lá tens o teu grande lero
Pra casa não volverei

Vai-te embora do Pasárgada
Vai-te embora do Pasárgada


Aqui eu não sou feliz
Lá a gerência é uma loucura
De tal modo ingerente
Que Maria Joana Pantanha
Venha ser contraparente
Do Judas que nunca vive



E como farei projetos
Empenharei pra poeta
Montarei em bedel brabo
Subirei naquela escada
Tomarei café demais



E quando estiver cansado
Chamarei a estagiária
Pra me contar as histórias
Que nos tempos de estudante
O DCE vinha contar


Vai-te embora do Paságada
No Pasárgada tem tudo
É outra repartição
Tem um processo seguro
De impedir a demissão
Tem telefone automático
Tem cafezinho à vontade
Tem funcionárias bonitas
Para a gente azarar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá eleitor sou do rei —

Darei o voto que quero

Joãozinho eu escolherei

Vai-te embora do Pasárgada

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Eleições no Brasil



No Brasil nas eleições
Ainda tem voto comprado
Pra prefeito e deputado
Todo tipo de mandões
Por aí gastam milhões
Eleição qual caixa preta
Muito jogo de mutreta
E a coisa se agiganta
No Brasil tem muita anta
Que dá voto a picareta

Por tijolo por cimento
Até chapa novos dentes
A votar tantos carentes
Com a mente de jumento
O seu voto faz fomento
Do atraso tal faceta
O canalha com a caneta
Vai levar vantagem tanta
No Brasil tem muita anta
Que dá voto a picareta

E depois de bem eleito
Eleitores esquecidos
Os acordos são rompidos
Já venceu ali o pleito
O canalha mais perfeito
É do Cão o estafeta
Muita grana na maleta
O povão ainda se espanta
No Brasil tem muita anta
Que dá voto a picareta

Já deu voto muita gente
E depois arrependido
Quem votou bem iludido
De prefeito a presidente
Ele é burro ou inocente?
Pra deixar mamar na teta
Eleição velha punheta
Fala bem gente tão santa
No Brasil tem muita anta
Que dá voto a picareta

Os discursos moralistas
Caixa dois desses senhores
Os que são os salvadores
São no fundo uns fascistas
Tem os fundamentalistas
Que são sócios do capeta
Com seu visual careta
Onde seu discurso planta
No Brasil tem muita anta
Que dá voto a picareta


E os sócios de Jesus
Com a sua intolerância
Sua santa arrogância
Seu rebanho lhes conduz
Com seu cobre que reluz
Vão tocar nessa retreta
Não fim tem velha vendeta
Onde um velho galo canta
No Brasil tem muita anta
Que dá voto a picareta


Pau mandado de empreiteiro
Porta voz de mafioso
Muito cabra ali seboso
Com um monte de dinheiro
Pobre povo brasileiro
Não anota em caderneta
Que lhe logra em carrapeta
Com mentira lhe imanta
No Brasil tem muita anta
Que dá voto a picareta


Vão votar nos arrochados
Com discurso salvador
Querem sim um protetor
Bando de alienados
Pra depois vão enganados
Ficar fora da carreta
Vão do cão ouvir corneta
E aí o atraso canta
No Brasil tem muita anta
Que dá voto a picareta

Esquerdista de araque
Com discurso muito antigo
Dando uma de amigo
Aplaudido pela claque
Vai depois vestir um fraque
Se fartar com costeleta
Com picanha e com chuleta
Seu banquete que lhe encanta
No Brasil tem muita anta
Que dá voto a picareta

Defensor da natureza
Que se alia com a direita
Outra águia na espreita
Outro rei da esperteza
Ecológica defesa
Mas enchendo a caixeta
Veste verde camiseta
Se escolher nada adianta
No Brasil tem muita anta
Que dá voto a picareta

Uma mídia submissa
Ao que tem mais atrasado
Um jornal manipulado
Uma VEJA qual carniça
No entanto a mundiça
Não percebe essa cruzeta
Como o voto dá chaveta
E depois se desencanta
No Brasil tem muita anta
Que dá voto a picareta

E também as pregações
Que se fazem nas igrejas
Outras vis sutis pelejas
Dessas manipulações
As gerais enganações
Vão fechar a maçaneta
E tudo que se prometa
Não fará tal sacripanta
No Brasil tem muita anta
Que dá voto a picareta

Futebol e carnaval
Pão e circo e mais consumo
Pobre sempre leva fumo
Vota errado no final
E no pleito eleitoral
Mais escroto do planeta
Faz um demo na proveta
No poder algoz transplanta
No Brasil tem muita anta
Que dá voto a picareta

Aleluia deus cartão
Consumir mais e melhor
E dever sempre é pior
E votar numa eleição
Esperara a salvação
E não ler aí gazeta
O poder vai dar gorjeta
Seu quinhão sempre suplanta
No Brasil tem muita anta
Que dá voto a picareta

Olhadinha no passado
Só pra ver que o apóia
Ou então vai ter tramóia
Com o eleitor logrado
Mas se for assim ligado
Não vai aceitar peseta
Uma esmola ou muleta
Nem coxinha com uma fanta
No Brasil tem muita anta
Que dá voto a picareta

Um projeto de Nação
Ou projeto de colônia?
É pensar sem parcimônia
E buscar voz da razão
É só nossa a decisão
De não dar voto perneta
E dar uma de xereta
A pesquisa é sacrossanta
No Brasil tem muita anta
Que dá voto a picareta

AO AMIGO ZÉ RIPE




Vejo Ripe arrepiando
Pia o Ripe na viola
Do forró samba e xaxado
Arrepia é show de bola
Não Zé Ripe hip hop
Nordestinamente pop
Ripiando tem cachola

Salve o Mestre do Frevo!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Releitura poética filosófica de pensamento visto no facebook

Não eduque seu filho pra ser rico
Ensinar ser feliz assim convém
Pois o filho terá em bom futuro
E verá como isso lhe faz bem
Saberá do valor que tem as coisas
Não apenas o preço que elas tem

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

mote extraído de soneto de Mariana Teles

Coração esse ente tão estranho
Que domina demais em nossa vida
A buscar na pessoa mais querida
Mas nem sempre a vida nos dá ganho
Muitas vezes ferida dor do lanho
Com distância presença mais amada
E assim é o fim de torta estrada
Nos abismos sombrios da paixão
Foi assim que cheguei à conclusão
Que paixão sem amor, não vale nada.

Um amor que bandido tão cigano
Enganou minha mente em sentimento
E partiu por dizer nalgum momento
Em que foi para mim só desengano
Mas eu vou me deixar no mesmo plano
Aprendi vou viver noutra jornada
Pois a vida lição bem ensinada
Faz rever sempre nossa direção
Foi assim que cheguei à conclusão
Que paixão sem amor, não vale nada.

A paixão é só fogo bem ardente
O amor combustível da fogueira
A paixão vem e vai é passageira
O amor de verdade é bem presente
A paixão é lampejo tão somente
O amor é uma força inexplicada
A paixão vem findar quando é queimada
O amor permanece e segue então
Foi assim que cheguei à conclusão
Que paixão sem amor, não vale nada.

A paixão ilusão que vem tão forte
O amor é profundo e tem raiz
A paixão qualquer coisa vem e diz
O amor de verdade é bom consorte
A paixão tem início meio e morte
O amor tem palavra empenhada
A paixão é fugaz e celerada
O amor é completa a coleção
Foi assim que cheguei à conclusão
Que paixão sem amor, não vale nada.

Mariana sonetista disse bem
Do soneto o mote eu gloso agora
O amor quando vem em boa hora
Não deseja paixão e ter harém
A paixão vem acende e isso tem
Tão comum se é paixão descontrolada
O amor da pessoa apaixonada
Faz viver sentimento em profusão
Foi assim que cheguei à conclusão
Que paixão sem amor, não vale nada.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Baseado em pensamento de Madre Tereza de Calcutá



I
Este mote foi criado
A partir do pensamento
Um consolo por alento
Pra você ficar ligado
É mote aqui postado
Pra dizer coisa ferina
A palavra que combina
Assim diz Madre Tereza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
II
A beleza é atrativa
Tem princípio meio e fim
Pra você e para mim
Toda criatura viva
A idade é corrosiva
Nosso tempo determina
Climatério que culmina
Disso nós temos certeza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
III
A beleza é um conceito
Que depende da cultura
Bela toda criatura
Que nos lembra o perfeito
Muito corpo tem defeito
Vaidade é tão ladina
Masculina ou feminina
Variando de grandeza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
IV
E você mulher bonita
Que desfila qual gazela
O feitiço que revela
Muita coisa que não dita
A beleza assim descrita
Como veio numa mina
O que é belo então defina
Um princípio a incerteza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
V
As feias que me perdoem
Beleza é fundamental
O Vinícius afinal
As palavras dele soem
Muito embora que destoem
Do real que a vida ensina
Mulher bela que domina
Faz de hormônio a correnteza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
VI
Com o peso da idade
Cai de tudo na mulher
Da cabeça até o pé
É a lei da gravidade
Bisturi usa à vontade
E quer parecer menina
Mas não dá adrenalina
Nem na rola dá dureza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
VII
Ela então estica tudo
Fica com boca de pato
Nova não fica de fato
Usa um busto peitudo
A ciência faz estudo
Essa tal de medicina
Ela então se recombina
Pra dar uma de princesa
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
VIII
A TV mostra beldades
De beleza sem igual
O modelo é ideal
Longe das realidades
Vemos as variedades
Natureza é tão fina
O DNA rumina
Assim é na natureza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
IX
A beleza é ilusão
Muitas vezes nos engana
Pode ser coisa tirana
Pode ser a condição
A beleza é sedução
Armadilha mais ladina
Um corisco que fulmina
Ofuscando com clareza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
X
Uma coisa transitória
O caráter permanece
Todo belo assim perece
Como coisa ilusória
Tem a sua trajetória
Ao ocaso se destina
Quem pra isso não atina
Pode padecer tristeza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
XI
A beleza que desperta
Os impulsos do desejo
Vem assim nesse lampejo
Pode dar em rota incerta
É porteira bem aberta
Que a vontade assim bolina
Como ave de rapina
Nos envolve com esperteza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
XII
Pode ter quilos a mais
Celulite sem problema
A beleza sendo um tema
De polêmicas gerais
As mulheres ideais
Fotoshop é uma mina
Um programa que refina
E sem muita sutileza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
XIII
A beleza na história
Envolveu muito vivente
Seres de alma carente
Viram assim na trajetória
De beleza envoltória
Para tanta messalina
De amante e concubina
Deixou gente indefesa
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
XIV
A beleza que encanta
Natural todo atrativo
Excitando quem é vivo
O tesão que se agiganta
A beleza sendo tanta
Delicada bailarina
Sedutora colombina
Deixa muita mente presa
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
XV
Cada um com seu destino
Cada um com sua escolha
Cada galho com a folha
E assim eu que defino
Neste verso que termino
Pra falar de nossa sina
O cordel findo e assina
Versejar rompe a represa
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina
XVI
Mas tem bela muito bela
A sereia de Candeias
Causa inveja nessas feias
Todo encanto que vem dela
Mas parece uma tela
Quando ela descortina
É chamada de Kalina
Com seu porte de princesa
A rainha da beleza
Cujo encanto não termina

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Efeitos colaterais da cachaça

Todo cabra cachaceiro é corajoso
Toma porre depois fica bem afoito
Azarando um dragão e faz o coito
E nem nota quanto foi defeituoso
Noutro dia ele acorda preguiçoso
De ressaca reza pra Ave Maria
Não bebesse essa merda não faria
Em mocreia por aí meter a peia
Eu de porre não deitei com mulher feia
Eu apenas acordei no outro dia

Vai surtar quando acorda vê do lado
Deus do céu o que fiz com minha rola
Ela acorda satisfeita e quase tola
Com olhar bem meloso apaixonado
Você olha pro dragão bem assustado
Mas mandou bem demais na putaria
Ela pensa que não fica pra titia
Por você os pneus que tem arreia
Eu de porre não deitei com mulher feia
Eu apenas acordei no outro dia

Na refrega no escuro e na manguaça
Muito nego fudeu com cada troço
Requenguela demais eu que não posso
Me lembrar quando eu bebi cachaça
Mulé feia cabra macho chega e traça
Bonitinha até fresco comeria
Goza nela e até faz sodomia
Se ela tem um corpinho de sereia
Eu de porre não deitei com mulher feia
Eu apenas acordei no outro dia

Imagens garimpadas na internet com poema visual adaptado de Allan Sales.




Vendo imagens tão bizarras
Um escroto bem sincero
Vendo obesos dos dois lados
Ele joga é esse lero
Que esse monte de gordura
Mas parece uma escultura
Que de porre fez Botero

ALLAN SALES

Por isso me orgulho de ser nordestino




Imagem bonita das terras distantes
Vaqueiro cavalo no solo tão quente
A luta do povo que se faz presente
Nas terras tão pobres que dão retirantes
Vaqueiros tão bravos, sertão, são infantes
Do gado correndo atrás tangerino
Sertão e Brasil assim que defino
Nordeste primeiro Brasil foi Nação
São tintas que pintam a cor do sertão
Por isso me orgulho, de ser Nordestino

Vaqueiro nas terras tão secas da gente
Enfrenta com raça espinhos da vida
Caatinga com gado cavalo na lida
Assim fala o verso cordel de repente
Na lida do gado vaqueiro valente
A rês quando foge e ouve seu sino
Atrás ele corre com força com tino
A rês arredia que acaba no chão
São tintas que pintam a cor do sertão
Por isso me orgulho, de ser Nordestino

Sertões brasileiros com necessidade
Vaqueiros na terra também lavradores
A terra na mão de poucos senhores
Arribam com fome inchando a cidade
No sonho da volta pra sua verdade
Sertão o torrão tão seu genuíno
Nordeste arribado de irmão peregrino
Vaqueiro sem laço cavalo e gibão
São tintas que pintam a cor do sertão
Por isso me orgulho, de ser Nordestino

O povo das terras tão secas madrastas
Enfrenta com raça agruras que tem
Resiste transforma com pouco vintém
Na terra injusta dividem por castas
As fomes gerais aí são nefastas
Se a água não corre perece o suíno
Resiste e agüenta rebanho caprino
Quem sabe se muda com transposição
São tintas que pintam a cor do sertão
Por isso me orgulho, de ser Nordestino

Nos veios da terra a água não corre
A chuva demora e chega mirrada
O gado com sede vagueia na estrada
A prece sentida se Deus lhe socorre
A chuva se chega na terra escorre
E cria um veio mirrado tão fino
Mas dá pra nascer a roça eu atino
Que o povo da gente daqui tem noção
São tintas que pintam a cor do sertão
Por isso me orgulho, de ser Nordestino

Sertão nordestino é voz de cultura
Repentes violas nas feiras cordéis
As vozes do povo ditando papéis
De tempo presente pra era futura
Poeta no verso repente fulgura
Na verve do verso certeiro e ferino
Poeta de fé tem cunho ladino
Não perde uma rima em todo quadrão
São tintas que pintam a cor do sertão
Por isso me orgulho, de ser Nordestino

Baiões e xaxados os xotes brejeiros
Sanfonas com foles na verve Gonzaga
Nordeste da gente aí se propaga
Nos cantos dos nossos poetas fagueiros
Que trazem no fole seus cantos brejeiros
Galopam seus foles tal qual um eqüino
Escala perfeita deu fole dá trino
Do modo bonito que fez Gonzagão
São tintas que pintam a cor do sertão
Por isso me orgulho, de ser Nordestino

Nas feiras da terra jabá macaxeira
Cuscuz alfenim também rapadura
Cachaça da boa que dá é loucura
Buchada de bode pirão de primeira
Umbus frutos doces da terra brejeira
Bonecos de barro que fez Vitalino
Cordel a contar quem foi Virgulino
Quem foi Padim Ciço na sua visão
São tintas que pintam a cor do sertão
Por isso me orgulho, de ser Nordestino

Orgulho de ser um filho do Crato
Aqui no Recife eu fiz meu lugar
Nordeste de luta eu vejo brilhar
No verso no toque viola dou trato
Se brigo valente não deixo barato
Pois ser um guerreiro é o meu destino
Aqui nesta terra eu desde menino
Me fiz um poeta em verso e canção
São tintas que pintam a cor do sertão
Por isso me orgulho, de ser Nordestino

Orgulho de ser também cordelista
Tocando nas cordas sou compositor
Do verso da terra virei inventor
E desde novinho sou violonista
Por hora um ateu já fui kardecista
Não gosto de cabra safado e suíno
Nem gente escrota no verso fulmino
Não voto em reaça canalha e ladrão
São tintas que pintam a cor do sertão
Por isso me orgulho, de ser Nordestino

Salve Wando




Esse Wando um fodão
Um bregueiro rei do pega
Se falou trepou de menos
Mas cantou muita refrega
Não vai ver o fogo eterno
Heavy Metal é som do inferno
Vai pro céu, o céu que é brega¬¬

Lá no céu não tem bodega
Do pau oco tem santinhos
E com bundas bem rosadas
Querubins lindos anjinhos
Com asinhas emplumadas
E bundinhas empinadas
Mais parecem viadinhos

Crentes alucinadinhos
Cabaçudas de convento
Muito culto muita missa
Esse é o divertimento
Se deixar é mau presságio
Bispo Edir cobra pedágio
Pra entrar é dez por cento

Wando leva o instrumento
Empunhando o violão
E São Pedro traz um vinho
Pra comer sardinha e pão
Vai pedir pra tocar “Ouça”
Mas o Wando toca “Moça”
E depois fogo e paixão

Não amai pela beleza/Pois um dia ela termina

A beleza é atrativa
Tem princípio meio e fim
Pra você e para mim
Toda criatura viva
A idade é corrosiva
Nosso tempo determina
Climatério que culmina
Disso nós temos certeza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina

A beleza é um conceito
Que depende da cultura
Bela toda criatura
Que nos lembra o perfeito
Muito corpo tem defeito
Vaidade é tão ladina
Masculina ou feminina
Variando de grandeza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina

E você mulher bonita
Que desfila qual gazela
O feitiço que revela
Muita coisa que não dita
A beleza assim descrita
Como veio numa mina
O que é belo então defina
Um princípio a incerteza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina

As feias que me perdoem
Beleza é fundamental
O Vinícius afinal
As palavras dele soem
Muito embora que destoem
Do real que a vida ensina
Mulher bela que domina
Faz de hormônio a correnteza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina

Com o peso da idade
Cai de tudo na mulher
Da cabeça até o pé
É a lei da gravidade
Bisturi usa à vontade
E quer parecer menina
Mas não dá adrenalina
Nem na rola dá dureza
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina

Ela então estica tudo
Fica com boca de pato
Nova não fica de fato
Usa um busto peitudo
A ciência faz estudo
Essa tal de medicina
Ela então se recombina
Pra dar uma de princesa
Não amai pela beleza
Pois um dia ela termina