terça-feira, 12 de outubro de 2010

Pingue-pongue pela internet.

Recebi isso da parte de uma amiga recentemente:


Estou colocando aqui, para você, a minha mais recente crônica para o jornal Voz do Planalto, do estado de Pernambuco.
Se concordar com o que escrevi, está livre para repassar.
Sei que haverão discordâncias e, se você está entre os que discordam, não se aborreça por ter lhe enviado. Faz parte da Democracia e é salutar receber, ler e discordar, se for o caso.
Com meu abraço,
Jade


DEMOCRACIA É LIBERDADE DE IMPRENSA E ALTERNÂNCIA DO PODER

Sou arquiteta, não exerço nenhuma atividade política, não tenho formação em Direito.
Com esta colocação, declaro que esta é a uma análise pessoal, enquanto cidadã brasileira, quanto aos candidatos da próxima eleição, com a maior isenção possível, remetendo aos meus sentimentos sobre dois princípios básicos no conceito de Democracia Pura:

- a necessidade de alternância de poder
- a liberdade de pronunciamento, direto ou indireto, de forma oral ou escrita, sem intervenções.

A liberdade de imprensa, se habilmente podada, constitui grave perigo a uma sociedade democrática, amordaçando-lhe os direitos e liberdades públicas à livre manifestação.
A possibilidade de tal acontecimento durante o poder de qualquer dos candidatos deve ser analisada cuidadosamente por cada eleitor.

Quanto à alternância de poder, trata-se de um método saudável e eficaz para reciclar e analisar cada um dos poderes enquanto em atuação, além de encaminhar aquele provisoriamente afastado a um caminho salutar de humildade e auto-análise, recordando-lhe que é o povo e não o poder quem manda em uma nação democrática.
Qualquer poder mantido por um período distendido dará ensejo, fatalmente, ao vício de permanência absoluta.
Esta é outra análise a ser feita antes de votar e delegar este poder.

A manutenção destes princípios deriva, essencialmente, da maior ou menor maturidade de um povo perante o ato político, sua capacidade de informação e análise, muitas vezes habilmente manipulada por tendências direcionadas a distorcer fatores culturais, através da publicidade política, exibindo mudanças radicais no que vinha sendo antes apregoado - por aquele mesmo candidato -, através de lobbies inteligentes, visando a permanência do poder ou a conquista dele.
O retrospecto e análise sobre as antigas colocações desses mesmos personagens é uma posição madura perante suas próprias decisões políticas. Um caminho coerente para não se permitir manipular.
A palavra escrita e falada, devidamente arquivada, não pode ser apagada e este é um direito da imprensa livre.

©Jade Dantas
Arquiteta




Resposta de Allan Sales:
Pois é.Alternância no poder é bom. Passamos 500 anos de modelo totalmente excludente.Chegamos à república e até 2002, os descendentes dos donos das capitanias mandaram absolutos, depois, deixaram um homem do povo chegar ao poder. É bem verdade que não mudou essencialmente o caráter excludente, racista e economicamente perverso da sociedade brasileira.Fez uma gestão macro econômica competente, houve imoralidades por parte de alguns aliados, nada que o fizesse cair dos seus 80% de aprovação.Fez políticas afirmativas, e um tímido ensaio de distribuição de renda com as políticas de compensação, que tiraram 32 milhões(uma Argentina) da miséria. Falta muito ainda.

Essa alternância, eu só farei por um poder realmente revolucionário que faça a reforma agrária, que dê acesso irrestrito ao ensino em todos os níveis ao povo brasileiro e que democratize os meios de comunicação findando como o monopólio dessa mídia porca, tendenciosa e reacionária que apela pra tudo pra eleger as velhas oligarquias na figura do Sr José Serra.
A grande mídia brasileira é a coisa menos qualificada pra falar de democracia, ela é preposto dos interesses mais retrógrados e mesquinhos, é democrata até o momento em que os interesses e privilégios de uma minoria não são questionados. Aí ela passa a ser golpista, com expedientes dessa natureza, desqualificando quem mexeu, ainda que timidamente na estrutura de iniquidade social e econômica que é a sociedade brasileira.

Enquanto não vem o nosso Mao Tsé Tung tupiniquim, ou algo similar, voto por redução de danos , naqueles que menos mal vão nos causar. Serra não é alternância de nada, seus patrões da casa grande passaram tempo demais no poder , agora é a vez da senzala tentar fazer a parte dela.Isso é a verdadeira alternância de poder. 502 anos deles contra apenas 8 de outro modelo,acham muito 8 anos de governo populista com sensibilidade social?

Tucanos? Agora somente quero ver no jardim zoológico de Dois Irmãos.

ALLAN SALES.

A receita pra durar/ Quando nós queremos bem.



I
A receita pra dar certo
Com certeza tem carinho
O calor de um lindo ninho
Tem que estar sempre por perto
Ser atento e muito esperto
Ao amor também convém
Com doçura se obtém
O que o amor tem pra nos dar
A receita pra durar
Quando nós queremos bem
II
Não poupar em aconchego
Mas também não ser chiclete
Pode usar a internet
Todo tipo de chamego
Não sufoque neste apego
Nunca ir de zero a cem
Mas não esquecer porém
Dessa flor sempre regar
A receita pra durar
Quando nós queremos bem
III
Aturar a TPM
Como coisa passageira
Passa logo e é besteira
Só um tolo isso teme
Depois ela chega e geme
E o chamego indo além
Grande amor isso contém
Sabe sempre renovar
A receita pra durar
Quando nós queremos bem
IV
Exercer a paciência
E saber dizer um não
Sem arroubos de um machão
E com toda sapiência
Sempre agir com consciência
Mas com emoção também
Sem ficar nunca aquém
Quando ela lhe atiçar
A receita pra durar
Quando nós queremos bem
V
Pois mulher tem seus mistérios
E tem fases como a lua
Cuide de cuidar da sua
Nunca diga os impropérios
Os amores casos sérios
Nada mesmo os detém
Quem percebe e se atém
Como bem lhe cultivar
A receita pra durar
Quando nós queremos bem
VI
Pra dar certo e ser bonito
Fale como em poesia
Como doce melodia
Pra o amor ser bem escrito
Cada gesto é com um rito
Onde o carinho vem
Nosso afeto ele retém
Cada dia a conquistar
A receita pra durar
Quando nós queremos bem
VII
Não existe nada eterno
Infinito enquanto dure
Que amor se assegure
Ser o céu não o inferno
Com seu toque lindo e terno
O amor nos faz refém
O seu fruto é um neném
Pro planeta povoar
A receita pra durar
Quando nós queremos bem
VIII
O amor não é prisão
Só pra quem é possessivo
Que alguém se faz cativo
A viver na obsessão
O ciúme a mais então
No sossego que intervém
Atormenta um outro alguém
Com seus modos de gostar
A receita pra durar
Quando nós queremos bem
IX
Mas amar é ser liberto
É melhor coisa do mundo
Sentimento indo a fundo
Nunca vai virar deserto
É deixar o mundo aberto
Não escravizar ninguém
Se ela for votar no DEM
Mesmo assim não vão brigar
A receita pra durar
Quando nós queremos bem
X
Ao falar pra bem amada
É preciso ter o dom
Entoar no mesmo tom
De uma forma delicada
Em você ficar ligada
Como um vagão de trem
Não precisa ter harém
Basta uma pra se amar
A receita pra durar
Quando nós queremos bem.

Poeta





Fazer versos neste mundo sem tramelas
Como voa passarinho sem gaiola
Liberdade que vem de uma viola
Ponteando canções tão nobres belas

Estes versos que podem ter querelas
Mesmo assim os tira da cachola
Ver a vida que é a grande escola
Ser poeta pintar com frases telas

Versejar por vontade por ofício
Que não é com certeza sacrifício
Pra quem tem pra criar essa energia

Ser usina de força o pensamento
Ser poeta é todo encantamento
De quem busca no verso a alforria.