terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Mote sacana

I
Mulé feia uma desgraça
Ninguém merece o castigo
Mulé feia é um perigo
Corra quando ela passa
Eu não quero nem de graça
Nem pagando carraspana
É proposta desumana
Queimar como labareda
Mulher feia e fruta azeda
Só vai na base da cana
II
O cabra pra ser um macho
Só encarando dragão
Mulher bonita então
Até frango sobe o facho
Mulher feia eu esculacho
Até na Besta Fubana
Jornal do Berto o sacana
Meu papa que interceda
Mulher feia e fruta azeda
Só vai na base da cana
III
Mulher feia tem vantagem
Difícil causar transtorno
Difícil você ser corno
Dela fazer sacanagem
Não encontra de passagem
Quem queira essa traquitana
Quem foda nessa fulana
Em motel ou alameda
Mulher feia e fruta azeda
Só vai na base da cana
IV
Quem tem mulher feia assim
Não merece tal inferno
Já arde no fogo eterno
Não quero isso pra mim
Mulher feia triste fim
Uma febre da goitana
Se ela for alagoana
E se chamar de Alfreda
Mulher feia e fruta azeda
Só vai na base da cana
V
Vade retro Satanás
Salta fora ô Belzebu
O Cão fez o tribufu
No inferno tem demais
Quem come isso é capaz
De vomitar uma semana
Só no escuro se engana
No claro diz: oh! que mêda
Mulher feia e fruta azeda
Só vai na base da cana
VI
Mulher feia meu amigo
Nem em blog de internet
Quem nela a rola mete
Tem bom gosto no jazigo
Pra mulher feia não ligo
Meu celular se estabana
Trava sinal não emana
Se ela chegar se escafeda
Mulher feia e fruta azeda
Só vai na base da cana
VII
Mulher feia que já tive
Tive umas mais ou menos
Uns amassos bem amenos
E mandei ver inclusive
Mas no final me contive
Pra trepar não tive gana
Ela que torrou a grana
Pagou no motel da Lêda
Mulher feia e fruta azeda
Só vai na base da cana
VIII
E depois no outro dia
Ela estava apaixonada
Eu correndo da parada
Pois só bebum eu comia
E ela na latumia
Telefonava a insana
Suplicava qual bichana
Vem benzim vem cá e ceda
Mulher feia e fruta azeda
Só vai na base da cana


Allan Sales: Músico poeta e compositor.
Natural do Crato-CE e radicado no Recife desde 1969. Dedica-se à literatura de cordel desde 1997, sendo autor de mais de 350 folhetos versando os mais variados assuntos, sendo os temas políticos e os de humor os seus preferidos.

Fones: (81) 3339-5251 / 8845-9991
e-mail:allanmenestrel@gmail.com

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