quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Mote de Raimundo Nonato

Glosas sobre o mote do Poeta Raimundo Nonato.

Uma obra escrota e atrasada
Que parou de fazer a diferença
Pois transpor Velho Chico nos compensa
Vamos nós exigir essa parada
Nosso rio pro povo camarada
Matar sede de si, da criação
E seguir do Nordeste a redenção
Pro povão não ter mais viver no risco
Um por cento do rio São Francisco
É igual cem por cento no sertão

Um canal que precisa terminar
E levar água boa ao sertanejo
O sertão bem ferrado hoje vejo
Numa seca demais pra nos lascar
Nosso rio de vida vai salvar
Matar sede do povo de montão
Redimir nosso povo com razão
Do destino malvado tão arisco
Um por cento do rio São Francisco
É igual cem por cento no sertão

Quando a seca castiga nossa gente
Não tem como barrar tal sofrimento
O sertão fica só no desalento
É assim triste quadro deprimente
O poder quer manter por dependente
Sertanejo escravo nesse chão
O canal se não vem com solução
No futuro da gente faz confisco
Um por cento do rio São Francisco
É igual cem por cento no sertão

Ao transpor Velho Chico com canais
E levar redenção aos camponeses
Pra criar no sertão as suas reses
Redimir dos abismos colossais
Os poderes daqui são tão venais
Que só buscam o voto em eleição
E depois esquecer tal cidadão
E correr dele feito um corisco
Um por cento do rio São Francisco
É igual cem por cento no sertão

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Pequena peleja de duas estrofes:


Mariana Véras:

Meu coração não tem vaga
Não tem tabela de preço
não cobro pela chegada
Se for embora, esqueço
Um dia já machucou
Mas hoje eu te agradeço

Allan Sales

Se ingratidão não mereço
Sofrer da gente acontece
Nas armadilhas do tempo
Ao vento tudo fenece
Se o coração foi sofrido
Acorda novo e remido
Com novo amor se esquece