quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Contemporaneidade

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I
Carlos Pena fosse vivo
Acharia tão ruim
Pois seu velho Bar Savoy
Hoje em dia está assim:

- São trinta copos de chope
- São trinta homens sentados
- Quinze deles são michês
- Os outros quinze os viados
II
Na Marim do Caetés
Seria bem diferente
Pois Bar Savoy lá não tem
Tem Marola lugar quente:

- São trinta copos de chope
- São trinta doidos sem rumo
- Quinze deles quando saem
- Vão ali queimar um fumo

III
No Coque e Joana Bezerra
João de Barros Santo Amaro
Já não são copos de chope
Cujo porre sai bem caro:

- São trinta copos de cana
- São trinta cabras lascados
- Vinte nove quando correm
- Porque um foi baleado

IV
Já na praia do turismo
Carlos Pena chegaria
Entocaria o relógio
Celular e a mixaria:

- São trinta louras geladas
- Na areia a diversão
- Mas ninguém encara a água
- Com medo de tubarão

V
Carlos Pena certamente
Vê tudo isso do além
Na Pracinha do Diário
Bem diferente também:

- São trinta, não bebem chope
- São trinta que enchendo a cuia
- Trinta vezes dez por cento
- E um pastor diz aleluia.

Esse poema começou com uma brincadeira minha há cerca de um ano atrás, encerrei num dia desses em 2008, às gargalhadas, ao lado do meu filho Eduardo numa noite insone em Olinda.
Allan Sales
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Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei muito da realidade assim exposta...