quarta-feira, 23 de maio de 2012
Saravá Millôr Fernandes
Já dizia o Millor grande sujeito
Que na vida mostrou tanta cultura
Que seu livre pensar é só pensar
Pois Millor pensador na forma pura
E assim que deitou filosofia
Quando mando em alguém: democracia
Quando mandam em mim é ditadura
Ao dizer o que disse um cabra certo
O Millôr foi além do que ele viu
Escreveu muito bem depois partiu
Nunca mais vamos ter Milôr por perto
O Brasil que mostrou num rumo incerto
No Pasquim escreveu em noite escura
Num Brasil de opressão e de tortura
Pra dizer seu Millôr com picardia
Quando mando em alguém: democracia
Quando mandam em mim é ditadura
O pensar relativo dos humanos
Reclamando na vida seus direitos
Somos nós uns primatas com defeitos
Somos nós uns macacos desumanos
Todos nós temos genes de tiranos
E em nós há uma coisa obscura
Que na hora da crise ela procura
Vem sair e na lata se anuncia
Quando mando em alguém: democracia
Quando mandam em mim é ditadura
Somos nós de nascença bons mandões
Uns primatas escrotos egoístas
Muitos são bem carolas e fascistas
Outros são mentirosos e poltrões
Todos nós somos como gaviões
A caçar os irmãos e com loucura
Seduzir e oprimir mas com candura
Exercer seu poder com hipocrisia
Quando mando em alguém: democracia
Quando mandam em mim é ditadura
Mas mandar todos gostam de exercer
Um poder de dizer como se faz
Isso pode no fim findar com a paz
Só no jogo bem podre do poder
Que assim a coisa faz ferver
Pois poder é uma forma de usura
Mais escrota nojenta e obscura
Que se tem por aqui em toda via
Quando mando em alguém: democracia
Quando mandam em mim é ditadura
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