“Um quadriênio tenebroso para quem realmente faz cultura” . (depoimento de um produtor, diretor de teatro e ator Samuel Santos numa postagem de rede social recentemente)
Cultura, segundo a carta magna é direito do cidadão e dever do estado. Em sociedades em que a cidadania e seus direitos são respeitados, o fomento aos bens imateriais é quase que uma norma natural.
Fácil para povos com situação econômica estável e sociedade realmente democrática. No nosso caso, vivemos ainda uma caricatura de república onde funciona o estado de direito, porém, viciada pela apropriação desse mesmo estado pelos interesses corporativos que estão invariavelmente por trás de todo arcabouço de estruturação orçamentária.
Nisso aí, resta pra cultura uma cifra magérrima dos orçamentos federais, estaduais e municipais, cabendo aos gestores administrar a escassez de recursos. Os mecanismos de renúncia fiscal de fomento às artes demonstraram até agora serem paliativo ante a inapetência dos gestores públicos em dar ao mundo da cultura e das artes a verdadeira valoração que estas deveriam ter no processo de construção social e histórica.
Mas também ao estado não cabe tudo, o restante da sociedade deveria tomar pra si essa tarefa levando em conta o paradigma de responsabilidade social. Por que é tenebroso? A classe artística deixou-se ficar refém das iniciativas públicas de fomento. Nos anos 80 não havia editais,os mecanismos viciados que hoje tem dos funcultura da vida, mesmo assim não deixava de existir produção cultural no Recife. Onde estão os empreendedores? Tenebroso também é a falta de inciativa de romper com essa dependência que muitos voluntariamente criaram em torno dos poderes públicos.
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