quarta-feira, 16 de maio de 2012

AMIGOS?



Quer saber quanto eles são?
Os amigos?Dá uma festa
Muitos chegarão correndo
Pra beber e ouvir seresta
Pra sacar quem é decente
Basta então ficar doente
Pra saber quem deles presta

Os amigos variáveis
Quando tudo está de cima
Quando a grana nos arrima
Eles são bem adoráveis
Mas também são descartáveis
E jogados pela fresta
Quando a crise vem de testa
Eles fogem sem aviso
Basta então só ficar liso
Pra saber quem deles presta

São amigos na fartura
E estranhos na escassez
Que se mostram duma vez
Como são real figura
Gente assim é pra fritura
Pois canalha se atesta
Pois o são d’alma funesta
De moral tão curta e lerda
Basta só ficar na merda
Pra saber quem deles presta

É amigo da festança
E no resto indiferente
É amigo tão somente
Nos momentos de gastança
Nos momentos sem bonança
Nada dele nos empresta
Pula fora e vai nesta
Deixa tu só de fudido
Basta só ficar falido
Pra saber quem deles presta

Os amigos só de farra
Dos momentos de folia
De cachaça e putaria
Fogem quando é uma barra
E aí tudo se amarra
O cabrão se manifesta
Lamentar o que nos resta
Ver ruir nossa marquise
Basta só ficar na crise
Pra saber quem deles presta

Quando tem um interesse
Que você pode ajeitar
Chega ali pra cortejar
Com sorriso grande desse
Mas se nada acontecesse
Seu caráter nos molesta
Como coisa indigesta
Vai deixar você de lado
Basta só ficar ferrado
Pra saber quem deles presta

Como Augusto versejou
Que a mão que nos afaga
Apedreja como praga
E a boca que beijou
Em escarro se tornou
Gente fera da floresta
O viver simples contesta
Pois só vale o teu cobre
Fica tu lascado e pobre
Pra saber quem deles presta

São amigos falseados
Bons amigos de uma onça
Sem calibre na responsa
Bando de cabras safados
Ficam juntos saciados
Quando a crise se encabresta
Tanta alma desonesta
Por ali se escafedendo
Basta então ficar devendo
Pra saber quem deles presta

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