Se agora pede apoio
Quem fugiu por quatro anos
Vai ficar só com seus manos
Separei trigo de joio
Em você aqui de ôio
Vendo coisas que acontecem
Seus poderes que perecem
As verdades se devassam
Os poderes vem e passam
Os artistas permanecem
Não nasci pra ser escada
De traíra e demagogo
E no fim desse tal jogo
O povão dará sacada
Detonar toda cambada
O tão pouco que oferecem
O desprezo que merecem
As justiças que se façam
Os poderes vem e passam
Os artistas permanecem
Nem um jingle baratinho
Ou de graça na campanha
Sem conversa sem barganha
Sem cordel toques no pinho
Vou ali noutro caminho
Outras coisas que florescem
E vocês só aparecem
Quando a crises lhes transpassam
Os poderes vem e passam
Os artistas permanecem
Esse filme já vi antes
E bem sei como ele acaba
Onde o teto seu desaba
Onde findam seus rompantes
Aderentes bem falantes
Achará, pois acontecem
Mas depois desaparecem
Se vitórias já não grassam
Os poderes vem e passam
Os artistas permanecem
Direitosos esquerdistas
Salvadores da nação
Seu palanque onde estão
Teses tão salvacionistas
Demagogos e fascistas
As campanhas se aquecem
Cargos sim lhes apetecem
E por eles tudo traçam
Os poderes vem e passam
Cidadãos não, permanecem
Os canalhas: transitórios
O povão é permanente
Esse tem cara de gente
E vocês só falatórios
A fundar seus diretórios
Sem findar não arrefecem
Com poder se embevecem
E por ele sempre caçam
Os poderes vem e passam
Cidadãos não, permanecem
Vermelhinhos ou tucanos
Democrata que é patrão
Outro é social cristão
Outros são republicanos
Evanjegues mais insanos
Pedem votos e esquecem
Em Brasília acontecem
E a nossa batata assam
Os poderes vem e passam
Cidadãos não, permanecem
Arrochados moralistas
Ruralistas mais ferozes
Muitos lobos e algozes
Muitos são oportunistas
No poder sempre surfistas
Os que sobem os que descem
Mas nunca desaparecem
Seu bastão sempre repassam
Os poderes vem e passam
Cidadãos não, permanecem
Temos sim democracia
Bem melhor que ditadura
A miséria que perdura
Nossa santa hipocrisia
Passa bem a burguesia
Acham que tudo merecem
Pobretões se embrutecem
Os poderes lhes amassam
Os poderes vem e passam
Cidadãos não, permanecem
Eita que país escroto
Esse nosso em que vivemos
As elites que nós temos
Tem na mente um grande esgoto
Seu poder sempre maroto
Suas mídias que entorpecem
Esperanças não falecem
Detonar tudo que façam
Os poderes vem e passam
Cidadãos não, permanecem
Essa classe dirigente
Tão assim degenerada
De ganância desbragada
Meliante e renitente
Vou peitar ela de frente
Detonar ervas que crescem
Seus valores que apodrecem
Que as virtudes se refaçam
Os poderes vem e passam
Cidadãos não, permanecem
Dar um voto consciente
É melhor que branco ou nulo
E não ser qual mula e mulo
Dando uma de demente
Cidadão independente
Nada bom eles fornecem
E assim reaparecem
Como cobras que enlaçam
Os poderes vem e passam
Cidadãos não, permanecem
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