terça-feira, 4 de maio de 2010
A madame ,a mocinha e o taxista
baseado num texto do livro PIADAS DO PASQUIM
I
A mocinha bem nascida
Ficava no interior
Estudava no internato
Sobrinha de um monsenhor
Sua mãe muito zelosa
A madame cabulosa
Era como seu feitor
II
Pra senhora pro senhor
Vou agora lhes contando
Quando ela então chegou
Pro Recife retornando
As férias de fim de ano
Ela vinha era o plano
No Recife assim chegando
III
Ela foi desembarcando
Na rodoviária antiga
Sua mãe foi lhe buscar
Nervosa e fazendo figa
Seu busão que atrasava
Mas enfim então chegava
Ver mamãe e a turma amiga
IV
No cordel eu que lhes diga
Como tudo aconteceu
A madame chamou: táxi
E um fusquinha apareceu
Disse:- vou pra Madalena
E o cabra ali na cena
Ouviu e obedeceu
V
Uma volta que ele deu
Num caminho mais comprido
Resolveu mudar caminho
Salafrário era sabido
E no fusca neste tranco
Correu lá pra Rio Branco
Bem folgado e enxerido
VI
Pra você leitor querido
Uma coisa eu vou contar
Quem não mora no Recife
Do lugar eu vou falar
Rio Branco tinha a zona
Tinha quenga e marafona
Pra você se situar
VII
A madame ao olhar
Vendo aquela pasmaceira
Taxista tão sacana
Não fez rota costumeira
Pra lesar o seu dinheiro
Lá no bairro do puteiro
Ele fez essa besteira
VIII
A mocinha tão matreira
Foi olhando pras calçadas
Era começo da noite
Viu as moças maquiadas
E com roupas provocantes
À espera dos passantes
Pra dar suas furunfadas
IX
Vendo elas enfeitadas
A mocinha curiosa
Perguntou para mamãe
Como que maliciosa
Quem seriam aquelas donas
Muitas delas bonitonas
Desfilando em polvorosa
X
A mamãe bem cuidadosa
Julga a filha uma inocente
Diz assim pra sua filha
Com uma voz bem paciente
Essas moças ó querida
Que nós vemos na avenida
Bem ali na nossa frente
XI
E falou toda contente:
Esperando seus maridos
São esposas cuidadosas
Com seus homens tão queridos
Antes de ir pros seus lares
Vão ali beber nos bares
Que são os seus preferidos
XII
Absurdos proferidos
O chofer se assustou
Interrompe essa madame
Foi assim que ele falou:
Madame, por caridade
Conte logo essa verdade
Quase que esbravejou
XIII
Sua filha até notou
Que esposas que são não
Sua filha é uma mocinha
Que tem boa educação
A verdade nua e crua
Diga para a filha sua
Deixe de tanta ilusão
XIV
A madame disse então
Sem mentir para mocinha
Como era a prostituta
E a vida que ela tinha
A mocinha escutando
E a seguir foi perguntando
Era arguta e espertinha
XV
Como é triste ó “mãinha”
Disse a moça desolada
E a seguir outra pergunta
Fez pra mãe tão dedicada
Essas moças filhos tem?
E se quando um filho vem
Qual a criação que é dada
XVI
A mamãe já afobada
Puta com o vigarista
Disse pra filha do lado
Filhos tem: - sem pai na vista
Se são homens,estão lascados
Quando crescem esses coitados
Vão “tudim” ser taxista
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário