quarta-feira, 29 de abril de 2009
HISTÓRIA DE PESCADOR
I
Pouca coisa neste mundo
Que causa tanto furor
É história mentirosa
De um cabra falador
Mas nada mesmo se iguala
À baba mole da fala
De história de pescador
II
Manuel e Agenor
Gostavam de pescaria
Pegaram sua canoa
Quando o dia ainda nascia
Se pescavam ou não pescavam
Muitas lorotas rolavam
Que essa dupla dizia
III
Esses dois com alegria
Pro riacho foram então
Levaram muitas minhocas
Anzol linhas de montão
E pra não perder a graça
Um bocado de cachaça
Pra aumentar a diversão
IV
Era pura sem limão
Que bebiam o dia inteiro
Jogar linha com minhoca
Pra pegar peixe ligeiro
Mas não pegaram foi nada
Que pescaria azarada
De pescador bem fuleiro
V
Agenor mais cachaceiro
Depois duma talagada
Derrubou todas minhocas
No rio numa lapada
E assim como fariam
Sem iscas não pescariam
Estava a festa acabada
VI
Com a cara desolada
Agenor então remou
Pegando sua canoa
E para a margem levou
Ele lá viu uma jibóia
Teve uma idéia bem jóia
E pro amigo falou
VII
A cobra ele mostrou
Que um cururu engolia
Disse assim pra seu colega
Que assustado lhe ouvia
Como coisa de caduco
Uma idéia de maluco
Que Agenor lhe dizia
VIII
Ô Manuel, vem ,avia
Nós arranca o cururu
Da boca dessa jibóia
Retalha esse buruçu
Os retalho nós petisca
Faz com eles boa isca
E pesca até um pacu
Manuel bem jururu
Aceitou esta loucura
Segurou na cobra grande
Que ficou ali bem dura
Arrancaram logo o sapo
Na cobra deram sopapo
Dodice muita tronchura
X
A jibóia na fissura
Ficou sem a refeição
Agenor teve outra idéia
Ao ver tal desolação
A jibóia bem tristonha
Ali com fome medonha
Pois não comeu o sapão
XI
Disse pro Mané então
Pega a cobra novamente
Abra a boca da danada
Avia homem indolente
Vou da-lhe uma talagada
Pra ela ficar bem mamada
Com cachaça e bem contente
XII
E meteram na serpente
Uma lapada tirana
A talagada das grandes
A cobra que achou bacana
Sem o sapo sua caça
A jibóia na manguaça
Encheu o bucho de cana
XIII
Eita dupla mais sacana
Ficaram ali pescando
Pegaram muitas tilápias
Piabas foram juntando
E na beira do riacho
Pescando nesse esculacho
A cana solta rolando
XIV
Mas uma coisa enrolando
Agenor então sentiu
Arrochando sua perna
Gritou: puta que pariu
Era a jibóia enrolada
Na sua perna arrochada
Amarelou o imbecil
XV
Manuel então sorriu
Vendo o amigo mijado
Pensando ser a vingança
Por seu ato tresloucado
Mandou ele se acalmar
E para baixo ele olhar
Para ver o resultado
XVI
Agenor abestalhado
No cagaço marcou touca
Viu a cena e relaxou
Eita historinha mais louca
A jibóia com paixão
Com um olhar bem pidão
Com outro sapo na boca
XVII
Essa aventura cabôca
Que parece mentirosa
Agenor com Manuel
Na presepada tinhosa
Foi medo foi paranóia
De pescador com jibóia
Doida pela rebordosa
XVIII
Essa história é jocosa
Foi assim que aconteceu
Li piadas do Pasquim
Uma idéia que me deu
Pra inventar nestas lavras
No cordel pesquei palavras
Mas quem mentiu não fui eu.
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