sábado, 23 de abril de 2011

Mote baseado em postagem do facebook da amiga Laura



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I
Somos nós seres completos
Tudo nosso está em nós
E de dentro nossa voz
Nossos sonhos são repletos
E na busca dos afetos
Tem princípio meio e fim
Algo bom algo ruim
Só se mostra na vivência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim
II
E na busca incessante
Nossa vida em cada dia
Um viver pela alforria
Ser intenso em cada instante
E assim ir adiante
Rumo ao sonho num confim
Ouço a voz de um querubim
Quando busco minha essência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim
III
Laura disse e foi sincera
Quando expôs seu pensamento
Pois a deusa no momento
Exorciza a triste fera
Solidão esta pantera
Faz em nós seu camarim
Quer nos ser um mandarim
Mas não é pra consciência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim
IV
Pois sentir falta de alguém
Projeção do nosso afeto
Que se encontra em outro teto
E não mais do querer bem
Nossa mente vai além
E supera tudo enfim
Pois carinho é um coxim
Que sem ele é só carência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim
V
Somos seres do universo
Somos filhos das estrelas
As carências são pra tê-las
E espantar pensar perverso
Um consolo é nosso verso
Como um som de Tom Jobim
Pois em nós um passarim
Canta com toda potência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim
VI
Laura loura louramente
Lauramente doce e bela
Louramente sem querela
Laura aura reluzente
Pois mulher inteligente
Mas que linda diz assim
Entre o não e entre o sim
O que diz com veemência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim
VII
E assim glosando o mote
Que a moça assim postou
Numa tela ela mandou
E aqui peguei num bote
Pois o verso sendo dote
Vem da rima um outrossim
Verso doce qual pudim
Mostra além de uma aparência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim
VIII
Encerrando a poesia
Pois no fim findando a rima
Rima em “im” nos aproxima
Faz pensar na melodia
Todo verso que se cria
Em Recife ou em Berlin
Só não deve ser chinfrim
Verseja só com decência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim
IX
O dilema da vontade
A lutar contra a razão
Mente contra o coração
Sonho com realidade
É assim dualidade
Como Abel ante Caim
Como caos de um festim
Nossa alma em turbulência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim
X
Sentimento que domina
Chega vem roubando a cena
Mas será que vale à pena
Entregar-se a esta sina
Pois a vida sempre ensina
Que paixão de cor carmim
Vem, detona o estopim
Pra nublar nossa vidência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim
XI
Ser um ser de alma completa
Deve ser nosso destino
Ideal que aqui defino
Que nem sempre a vida enceta
Solidão vem, nos afeta
Dá na gente um farnezim
Uns vão bebem rum ou gim
Ao perder a paciência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim
XII
É fugir ou enfrentar
Entregar-se ou ir em frente
Perceber ou ser demente
Ir ao fosso ou superar
Desistir ou batalhar
Ser gigante ou ser mirim
Ser demônio ou serafim
Alcançar ou ver falência
Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim

quarta-feira, 20 de abril de 2011

CORDEL ENCANTADO: Reflexões novelísticas de um cordelista.

O nome da novela deve se referir ao fato do cordel em parte ser uma narrativa fantasiosa de lendas e histórias como aquela que é mostrada na novela. O sotaque vá lá que seja,dá até pra aceitar, afinal não teria sentido o carioquês e o paulistês dominantes tão bem sonorizados nas demais novelas da vênus platinada.

Interessante mesmo são os tipos físicos de muitos atores, que em nada remetem ao caráter caboclo,mulato e mestiço de um modo geral do povo nordestino, pelo menos os pobres assim o são. Aquele ator que faz o pai adotivo da mocinha, e mais alguns outros, são característicos do ponto de vista da etnia do povo de nossa região.
O resto é branquelo mesmo, coisa existe entre nós com toda certeza, mas não naquela proporção.

Talvez em alguma das micro regiões em que existem contingentes significativos de brancos, onde não houve fenômeno de posse de escravos africanos, assim como pouca miscigenação com indígenas.

Mas como Brogodó é uma fantasia global, a GLOBO tudo pode e sempre fez as coisas em seu padrão estético de valorizar com paradigma de beleza o elemento caucasiano, padrão do qual nunca se afastou, nem dá sinais de se afastar.

No mais os mesmos tipos de sempre: o coronel poderoso dono de tudo, o cangaceiro estereotipado, o beato porra louca que alude ao Antônio Conselheiro.
Talvez Zé Limeira, se fosse vivo(ou alguém pudesse psicografar ele)daria um bom assessor pra dar mais ideias geniais para o autor da novela.

Junta personagens de uma corte europeia de um país fictício, um rei em busca de uma herdeira extraviada em pleno sertão nordestino com seus personagens típicos e estereotipados. Em que circunstâncias uma nobre europeia viria com a mãe aparecer em pleno sertão do nordeste em pleno século XIX ou começo do século XX, onde supostamente dá a entender ser o tempo em que se passa a novela?

Sei lá o que esse povo do PROJAC andou fumando ou cheirando.

Pois é o reino de Seráfia do Norte , o país europeu em questão. O rei vem ao Nordeste em busca de sua filha perdida no nossos sertão. Agora entendi porque Seráfia é o nome do país. Na verdade é uma corruptela de uma frase dita pelo rei ao ver Açucena ,dirá para ela assustado: Será fia?

“Será fia” do rei de Seráfia a nordestina com cara de imigrante italiana da serra gaúcha?

Um verdadeiro samba do afro-descendente portador de doença psíquica.De acordo com a boa norma politicamente correta preconizada pelo sábio Papa Berto I , o pândego.


ALLAN SALES